Com "bikes raiz", 3º Piriathlon de Areia desafia bombeiros em Matinhos 19/01/2024 - 16:26
Matinhos, no Litoral do Paraná, amanheceu nesta sexta-feira (19) com uma intensa movimentação de guarda-vidas na areia, no mar e nas ruas da região da Prainha, próximo à travessia de ferry boat para Guaratuba. O local foi o escolhido para que cerca de 70 bombeiros militares e familiares participassem do 3º Piriathlon de Areia, atividade esportiva com três modalidades diferentes – natação, trajeto de bicicleta e corrida –, muito semelhante ao triathlon. O evento une esporte, lazer e confraternização.
Os competidores atuam no Verão Maior Paraná. O nome do evento é uma homenagem do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) aos habitantes do Litoral. “Os moradores locais têm esse termo – piribike – para aquelas bicicletas mais velhas, com freio motor, enferrujadas pela maresia e que não são voltadas para o esporte”, explicou o chefe do Centro de Educação Física e Desporto do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (Cefid-CBMPR), capitão Giovanni Raphael Ferreira.
“O Piriathlon é uma forma carinhosa que o pessoal da subárea de Pontal do Paraná, onde ocorreu a primeira edição, encontrou para nomear o evento, acolhendo a comunidade”, contou.
A referência aos costumes locais, no entanto, não param no nome do evento. “Para agregar uma característica de rusticidade e trazer um aspecto lúdico para essa prova, também foi colocado como obrigatório competir descalço ou de chinelo, que é como naturalmente o pescador acaba usando a bicicleta no dia a dia”, contou o capitão, que ressaltou, ainda, outro fator curioso da disputa, a variedade de bicicletas usadas, que vão das mais normais às menos comuns, como triciclos puxando caixa ou reboque.
Realização do Cefid-CBMPR, a prova tem, nas palavras do capitão Giovanni, um aspecto mais lúdico do que competitivo. O intuito é fomentar as atividades esportivas, promover a confraternização e o entrosamento entre as subáreas de atuação da corporação durante o Verão Maior Paraná.
“A gente sabe que o serviço de guarda-vidas é estressante. O pessoal tem que ficar muito atento o tempo todo e isso é desgastante. Têm pouco tempo para interagir com as outras subáreas, com os outros bombeiros, guarda-vidas”, relatou o capitão. “A ideia do evento foi para dar espaço a um momento como esse, para que o nosso público interno pudesse fazer uma confraternização, praticando atividade física, fomentando o esporte, e ainda tornando tradicional o evento que acolhe o pessoal que trabalha ali na comunidade, que trabalha no litoral paranaense”.
PROVA – O primeiro desafio do dia foi a natação, cujo trajeto teve 600 metros. Completada a primeira etapa, o obstáculo seguinte era justamente encarar 10 km – cinco voltas em um percurso de 2 km – nas bicicletas. Para finalizar a prova, mais 3 km de corrida. No total, cada competidor que finalizou a prova percorreu 13,6 km.
Embora sejam responsáveis pelo nome da prova, as piribikes não foram item obrigatório para todos os concorrentes. Isso porque o evento foi dividido em três categorias diferentes: tradicional, guarda-vidas e livre.
A mais raiz era a categoria tradicional, em que a natação deveria ser realizada com traje de banho (sunga ou maiô), sem ajuda de acessórios (mesmo óculos). O ciclismo exigia as piribikes e a corrida foi com chinelo de tiras ou descalço.
O primeiro a cruzar a linha de chegada foi o cabo Robson Ferreira Alves, que finalizou o percurso em 49m30s. “É a segunda vez que eu participo, e sempre é importante a gente fazer essa atividade. Foi legal, todo mundo estava envolvido na brincadeira. É mais difícil do que um triatlo convencional, com certeza. Mas é legal estar com a galera, fazendo atividade junto e representando a turma”, comentou o campeão da modalidade tradicional.
Já entre as mulheres quem venceu as adversárias nessa modalidade foi a 2º tenente Renata Zanetti, após pouco mais de uma hora de prova (1h04m35s). “Eu vinha de uma semana meio difícil, acabei pegando uma virose, machuquei meu dedo, então foi uma superação”, relatou ela, que destacou o uso das piribikes. “Acho muito adequado, as piribikes representam o espírito dos guarda-vidas, então foi bem divertido”, concluiu.
GUARDA-VIDAS E LIVRE – A categoria guarda-vidas, a mais representativa para o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), obrigou os participantes a usarem o uniforme completo e o lifebelt (cinto de salvamento aquático) de guarda-vidas em todas as etapas. Na natação, o uniforme compreendeu ainda as nadadeiras. No ciclismo, qualquer bicicleta estava liberada. E, na corrida, a regra permite, além de chinelo ou pé descalço, o uso de tênis.
Já a categoria livre, criada para facilitar a participação de familiares, somente as nadadeiras foram proibidas. Todas as categorias tiveram premiação para os primeiros colocados no masculino e no feminino. Também foram distribuídos prêmios para a subárea com maior número de participantes – honraria conquistada pela subárea III de Guaratuba – e para a piribike mais tradicional e ornamentada do evento, vencida pelo subtenente Flávio Roberto Blum.
Ele ganhou o prêmio por ter guiado uma bicicleta vermelha com rodas de tamanhos diferentes e um espaço para transporte de itens na parte da frente. Foi onde ele colocou um lifebelt dobrado e um par de nadadeiras para simbolizar os guarda-vidas.
VERÃO MAIOR PARANÁ – O Verão Maior Paraná reúne uma série de ações voltadas aos veranistas e moradores dos municípios do Litoral, além de Porto Rico e São Pedro do Paraná, no Noroeste. São atividades culturais, esportivas e de lazer que englobam aulas de ginástica, dança, caminhadas, recreação infantil, shows, torneios e competições nacionais e internacionais, programação inclusiva e educação ambiental. A agenda completa pode ser consultada no site www.verao.pr.gov.br.
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