Os 69 bombeiros militares da força-tarefa do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) destacados para ajudar nos resgates e ações de apoio ao Rio Grande do Sul são os primeiros da Corporação a se beneficiarem do novo protocolo de profilaxia de doenças, que entrou em vigor na tarde desta quinta-feira (9). 

Esse protocolo criado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) garante, por exemplo, que os 37 militares enviados na última quarta-feira (8), recebam medicamentos preventivos para evitar uma série de doenças que podem ser contraídas naquele tipo de cenário. Beneficia também, por meio do monitoramento de sintomas, os 32 que já retornaram para casa.

“É um protocolo de profilaxia, de prevenção de alguns agravos da saúde das nossas tropas que estão no front”, explicou o diretor-geral da Sesa, César Neves, durante visita ao quartel do Comando-Geral do CBMPR na tarde desta sexta-feira (10). A lista de moléstias abarcadas pelo documento é extensa, incluindo doenças de pele, hepatites, doenças infecciosas parasitárias, dengue, entre outras. Há, porém, uma que está no centro dos holofotes. “A principal questão é a leptospirose, já que as nossas tropas estão literalmente dentro das águas para resgatar as pessoas”, acrescentou.

O protocolo é resultado do esforço de uma série de profissionais altamente qualificados da Sesa, que uniram forças para completá-lo em cerca de 30 horas. “Conseguimos rapidamente validar esse protocolo com a Sociedade Brasileira de Infectologia e já estamos disponibilizando os medicamentos, que são antibióticos, para que nossas tropas tenham essa proteção a mais”, complementou o diretor-geral da Sesa.

A estreita colaboração entre a instituição e a pasta da Saúde foi muito valorizada pelo comandante-geral do CBMPR, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior. “Essa parceria com a Sesa demonstra toda a união que está acontecendo hoje entre o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Saúde em várias frentes de trabalho. É mais uma prova de que a Sesa está junto conosco em todas as ações realizadas pelo Estado”, comentou. Ele também declarou que adotar o protocolo é “valorizar a saúde de cada bombeiro militar imbuído de salvar vidas”.

Dentro dessa preocupação com a condição clínica do efetivo do Corpo de Bombeiros, o protocolo também contempla o efetivo que retorna de operações em situações tão adversas e hostis. Caso do grupo que voltou ao Paraná após sete dias de missão no estado vizinho, na última quinta-feira (9).

“A Secretaria de Saúde reuniu médicos e equipe técnica para desenvolver e preparar um protocolo tanto para os nossos profissionais que vão para as áreas alagadas, quanto para aqueles que voltam”, destacou o subcomandante-geral Antonio Geraldo Hiller Lino, já durante a coletiva realizada pela manhã ao lado de integrantes da força-tarefa que voltaram do Rio Grande do Sul. “Tem todo um período de observação, de detecção de sinais, de sintomas, pois há doenças sérias que podem ser transmitidas nesses cenários”, concluiu.