O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) completou neste mês de dezembro um ano de sua emancipação em relação à Polícia Militar. A medida, oficializada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, por meio da Emenda Constitucional número 53, datada de 14 de dezembro de 2022, garantiu autonomia administrativa e financeira à Corporação. Com isso, a instituição ganhou mais liberdade para gerenciar seu orçamento e definir estratégias de atuação, bem como investir em projetos que pudessem ampliar a capacidade de atendimento à população.

Se na parte administrativa o primeiro comandante-geral da história do CBMPR, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior já pôde sentir os primeiros impactos dessa separação das instituições, na financeira a principal consequência ainda está por vir. A partir de 2024, o Corpo de Bombeiros passará a ter um orçamento maior. O próprio governador Carlos Massa Ratinho Junior revelou, em outubro, que esse valor saltaria de R$ 40 milhões para cerca de R$ 119 milhões.

“Foi um momento de muitas expectativas e algumas incertezas, como todo processo de mudança, especialmente em uma relação centenária como a nossa com a Polícia Militar. Mas com muito esforço de todos, superamos os desafios que se apresentaram diariamente. Podemos dizer que a adaptação à mudança e às adversidades foram características marcantes da nossa instituição neste ano”, comentou o comandante-geral do CBMPR. “Na prática, ganhamos autonomia e agilidade na tomada de decisões. Hoje, por exemplo, temos também acesso mais direto ao alto escalão do governo, bem como no tratamento com as secretarias de estado. Todo o processo é mais célere”, complementou.

A Polícia Militar, que tratou com o maior zelo e apoio a equipe de transição, também teve impacto positivo com a mudança. “Com orçamento próprio, nós desoneramos a Polícia Militar das missões constitucionais que são do Corpo de Bombeiros”, explicou o coronel Vasco.

Esse ano inicial de emancipação também foi marcado por várias realizações, como o maior número de promoções de bombeiros militares da história da Corporação (438); a exigência de curso superior para ingresso nas carreiras do CBMPR; a adoção do Programa Bombeiro Integrado, que possibilita atuação conjunta entre bombeiros militares e agentes da defesa civil; entre outras. O período também ficou marcado pelos investimentos feitos tanto em infraestrutura quanto em pessoal. Foram contratados mais de 400 novos bombeiros militares e já está aprovado para o próximo ano outro concurso visando a ampliação do efetivo.

O maior quartel do Paraná foi inaugurado em setembro, em Foz do Iguaçu, onde atende a 12 municípios na região Oeste, sob os cuidados do 9º Grupamento de Bombeiros. O local tem 5,8 mil metros quadrados de área construída – fruto de um aporte de R$ 27,5 milhões. Sua construção beneficiou os serviços prestados em Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Itaipulândia, Ramilândia, Matelândia, Missal, Santa Helena, Serranópolis do Iguaçu e Diamante d’Oeste.

Já o segundo maior quartel do Paraná, sede do 7º Grupamento de Bombeiros, em Colombo, foi outro a sair do papel, ao custo de R$ 6,4 milhões em investimentos financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Inaugurado em outubro, o espaço tem área construída de 1,5 mil m². Além de atender as ocorrências de Colombo, o 7º GB também é responsável por Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Quatro Barras, Tunas do Paraná e Adrianópolis.

A primeira entrega de quartel para o Corpo de Bombeiros, em 2023, havia ocorrido em maio. A sede da unidade do 1° Subgrupamento de Bombeiros Independente (SGBI) de Ivaiporã custou R$ 8,5 milhões ao governo estadual. A unidade é responsável pela execução dos serviços de prevenção e combate a incêndios e desastres, atendimento pré-hospitalar, buscas, salvamentos e atividades de defesa civil em 11 municípios – Ivaiporã, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Cândido de Abreu, Godoy Moreira, Jardim Alegre, Lidianópolis, Lunardelli, Manoel Ribas, Nova Tebas e São João do Ivaí.

A Corporação também recebeu milhões de reais em equipamentos importados, especialmente para uso em salvamento veicular, em acidentes de trânsito mais complexos: entram nessa lista desencarceradores, almofadas pneumáticas e motosserras de alta capacidade. Também foram adquiridas viaturas para atendimentos diversos, como caminhões auto bomba tanque, tendo sido ainda renovada a frota de cerca de 90 ambulâncias do Siate.

“O inquestionável potencial de nossa Corporação tem se evidenciado pelo notório comprometimento e dedicação de todo o efetivo em prol do desenvolvimento do CBMPR, que não parou no tempo, mas continua a sua evolução, por meio da ampliação de aquisições de viaturas e equipamentos, inovações tecnológicas, capacitações, convênios em busca de recursos, além da implementação de aquartelamentos em mais municípios, melhorando assim, as condições de trabalho e, por consequência, o atendimento à população paranaense”, diz trecho de documento escrito pelo comandante-geral, endereçado aos bombeiros do Paraná. Ele termina ressaltando sua convicção de que “estamos no caminho certo em busca de um futuro promissor”.