Paraná traz medalha inédita do Mundial de Salvamento Aquático 04/09/2024 - 18:36
O Paraná participou pela primeira vez de um Mundial de Salvamento Aquático. E já trouxe na bagagem uma medalha para coroar o esforço na Austrália. O responsável pelo marco histórico para a Corporação foi o subtenente Flávio Roberto Blum, de 47 anos, com uma prata na prova de corrida de revezamento na praia - ao lado de Marcelo Fernandes Mendes (Bahia) e Vitor Dias Dvorsak (Distrito Federal). Eles disputaram a competição na categoria master 130-149 - os números indicam a soma das idades dos participantes -, ficando no meio de duas equipes australianas.
“Em todas as provas eu fiquei brigando ali entre quarto e sexto lugar. Nessa categoria, eu fiquei entre os melhores guarda-vidas do mundo, o que para mim foi uma surpresa”, contou o medalhista, que desembarcou no Paraná nesta semana e já retomou as atividades normais dentro do CBMPR. “Fui com o copo bem mais vazio do que eu voltei. Fiquei feliz porque acho que a gente tem muito a crescer, muito a evoluir, inclusive em termos de equipamentos”, complementou.
De acordo com o subtenente Blum, os materiais utilizados na Austrália são muito diferentes do que os disponíveis por aqui, o que acabou dificultando um pouco a vida dos competidores brasileiros. “O mais difícil para nós foi não termos equipamentos semelhantes aos deles. Eles treinam com esses equipamentos que nós só fomos conhecer lá. E ainda assim conseguimos ser competitivos”, disse o bombeiro paranaense. “Mostra que o brasileiro por mais que não tenha o melhor material, tem muita fibra. Ele não vai esmorecer e vai dar o melhor dentro das condições que ele tem. Quem sabe seja o nosso ponto forte. A gente consegue evoluir na adversidade”, acrescentou.
O evento - O Mundial de Salvamento Aquático é um evento longo - de 20 de agosto a 8 de setembro -, com muitas provas e oportunidades de discussão dos temas inerentes à área. O subtenente Blum participou da disputa como parte da equipe da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático). O Paraná teve ainda como representantes o major Fabrício Frazatto dos Santos, primeiro paranaense a atuar como árbitro na competição; e o guarda-vidas civil Gabriel Fragomeni.
Comandante do 8º Grupamento de Bombeiros, em Paranaguá, o major Frazatto segue acompanhando o evento. Ele se diz honrado com a escolha para ser árbitro da competição e destaca a importância da Austrália para o esporte de salvamento aquático e para a área de combate e prevenção a afogamentos no mundo todo.
“A Austrália é referência nesse assunto, dá muita importância ao Lifesaving, que é o principal esporte do país e praticado desde a infância”, falou o oficial. “Apesar disso, a gente percebeu que não está atrás deles no trabalho dos guarda-vidas. Onde eles estão muito à frente é na prevenção e isso talvez seja o nosso grande aprendizado. O Brasil precisa avançar na prevenção de afogamentos”, comentou.
Ampliar horizontes - O subtenente Blum reforça essa opinião de que o evento foi uma oportunidade de crescimento e de ampliar horizontes. “O Mundial foi uma experiência surreal. Agregou muito conhecimento. Permitiu que a gente tivesse a vivência de outras realidades, de como os outros países trabalham, de como treinam para o salvamento. Conhecemos os equipamentos da Austrália, que são de primeiro mundo, uma tecnologia sensacional”, opinou o subtenente Blum.
Por fim, o bombeiro e guarda-vidas reforçou a mesma ideia que apresentou antes de ir para o outro lado do mundo. A de que uma competição como esta, por mais que seja importante, é apenas um incentivo para o que realmente interessa, ter mais gente bem preparada para salvar vidas. As seletivas e campeonatos estimulam os guarda-vidas a sempre buscarem a evolução, em busca de pódio nas provas e, de certo modo, na ação profissional. “Minha medalha no dia a dia é chegar na vítima mais rápido, é tirar ela mais rápido da água, ser mais eficiente. Na vida real, a briga é pela vida”, concluiu.
O esporte – Lifesaving, como esse esporte é chamado, simula ações de resgate em ambientes aquáticos. A competição é composta por uma série de provas envolvendo técnicas de salvamento, natação e corrida, para testar as habilidades dos participantes no mar e na piscina. O evento também tem como objetivo promover a importância da segurança aquática e da prevenção de afogamentos.