O temporal que atinge o Paraná desde a última sexta-feira (27) causou estragos em diversas regiões do estado neste fim de semana, ocasionando desmoronamento de terras, bloqueio de estradas, interdição e queda de pontes, destelhamento de casas e, principalmente, muitos pontos de alagamento. O Corpo de Bombeiros trabalhou durante todo o período atendendo a população com operações de salvamento, resgate, distribuição de lonas e orientação em regiões de perigo. O levantamento dos estragos segue sendo contabilizado. 

Segundo dados da Defesa Civil, em balanço atualizado às 11h30 desta segunda-feira (30), 70 municípios sofreram algum tipo de consequência por causa das condições climáticas adversas. Foram afetados 38.690 paranaenses, dos quais 4.038 chegaram a ser desalojados, precisando ir para casa de amigos ou parentes temporariamente, e 2.133 seguem nessa situação. Os desabrigados, aqueles que dependem de abrigos mobilizados pelo poder público, somam 789. A elevação e força das águas destruíram 26 casas e danificaram outras 30.504. General Carneiro é o município com mais residências danificadas, com impressionantes 25 mil construções.

Laranjeiras do Sul e Rio Bonito do Iguaçu enfrentam problemas de abastecimento de água. Neste último a situação é mais grave, em decorrência do rompimento de dois locais de captação de água. A outra forma de fornecimento de água potável é um poço artesiano, que não é suficiente para suprir a demanda do município. Em Nova Laranjeiras, 1.156 pessoas foram afetadas e 120 permanecem desabrigadas. Vinte casas foram sofreram danos e 19 foram destruídas em decorrência do temporal. A aldeia indígena Rio da Cobras registrou alagamento.

As cidades que tiveram mais pessoas afetadas pelas fortes chuvas foram Guamiranga, com 7 mil moradores impactados pelo mau tempo, seguida de Dois Vizinhos, com 6 mil – esse município teve 1.500 casas danificadas pela enxurrada e é quem tem ainda maior número de desabrigados, 132. Outras localidades com número elevado de cidadãos afetados pelo temporal são: Ponta Grossa, com 4.265 moradores afetados e 1.421 moradias danificadas; Santa Izabel do Oeste, com 3.876 pessoas e 512 residências atingidas; Faxinal, com 3.400 paranaenses afetados e 850 casas com algum tipo de dano; além de Rebouças, que apresenta 3.138 moradores afetados.

Além de Dois Vizinhos, que decretou situação de emergência, outras duas cidades na mesma região atendida pelo 10º Grupamento de Bombeiros (Francisco Beltrão) devem seguir o mesmo caminho. Por causa dos alagamentos, Ampére teve cerca de 230 pessoas afetadas diretamente – 96 seguem desalojadas e 65 desabrigadas –, enquanto em Boa Esperança do Iguaçu os danos causados a 44 casas ao longo do Rio Iguaçu deixaram pelo menos 160 desalojados. Em Francisco Beltrão, foram registradas três ocorrências de deslizamentos de terra e pontos de alagamentos em função da elevação do Rio Marrecas. Os desabrigados estão sendo acolhidos no Centro Comunitário do bairro Cristo Rei. Foram afetadas 180 pessoas no município, que permanece com 89 desabrigados e 90 desalojados.

No centro de Pitanga, o CBMPR realizou o resgate de pessoas e animais que ficaram ilhados devido à enxurrada. De acordo com a Defesa Civil, 300 casas foram danificadas e 1.200 pessoas afetadas pelas chuvas intensas. Quatrocentas seguiam desalojadas e 47 desabrigadas até o início da tarde desta segunda-feira (30).

Na área de atuação do 4º Grupamento de Bombeiros, os principais registros foram em Espigão Alto do Iguaçu, onde cerca de 1.100 pessoas e 200 casas foram afetadas pelas enchentes. Pelo menos três pontes foram destruídas, além de bueiros e plantações atingidos.