CBMPR participa de lançamento de campanha contra incêndios florestais 05/06/2024 - 10:51
O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) participou nesta terça-feira (4) do lançamento da Campanha Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais 2024, na sede do IDR-Paraná, em Curitiba. Neste ano, a ação prevê a distribuição de material gráfico e digital para disseminar informações e conscientizar as pessoas sobre os danos causados por um incêndio florestal. Também são indicadas as ações que podem provocar um incêndio e o que deve ser feito quando uma pessoa avistar um foco.
O subcomandante-geral do CBMPR, coronel Antonio Geraldo Hiller Lino, informou aos participantes do encontro que entre 2019 e 2023 foram registrados mais de 50 mil atendimentos no Paraná. O maior número de ocorrências foi registrado nas regiões Norte, Noroeste e Central. “Muitas vezes o fogo é usado em alguma prática na propriedade, mas foge do controle. Há também os casos de restos de fogo em acampamentos que dão início a um incêndio”, ressaltou. "De cada dez incêndios florestais, nove são causados pela ação humana".
O slogan da campanha, “Unidos na prevenção aos incêndios florestais-Somos guardiões da floresta”, reforça a mensagem que esse assunto é um problema de todos e, por isso, precisa ser trabalhado em conjunto. No ano passado a Corporação registrou que foram identificados e controlados 5.597 focos de incêndio no Estado. A iniciativa pretende atuar na conscientização da população, sobretudo por causa da presença forte do fenômeno La Niña neste ano.
“Com o impacto da La Niña, nós tememos um inverno mais seco, o que propicia uma vegetação mais suscetível aos incêndios. Então, possivelmente tenhamos um incremento nos incêndios florestais neste ano”, explicou o coronel Hiller.
Além do novo slogan, neste ano a campanha tem uma nova mascote, a Curi, uma curicaca vigilante do ecossistema que, como guardiã na natureza, vai ajudar a trazer dicas vitais para a prevenção de incêndios florestais. Ela se junta a outros mascotes: Labareda, o tamanduá brigadista florestal do Ibama-Prevfogo; Quati João, do Corpo de Bombeiros Militar; e Mandinha, a abelha mandaçaia. Eles formam a Turma dos Guardiões da Floresta.
Uma cartilha educativa, com textos da capitã Luisiana Guimarães Cavalca, chefe da comunicação do CBMPR, foi criada especialmente para as crianças e adolescentes, com o objetivo de investir também na conscientização desse público e para que eles ajudem sendo os Guardiões da Floresta. "Quando pensamos nessa campanha preventiva tínhamos inicialmente material para conscientização de adultos, mas não se havia pensando nas crianças. Com essa cartilha, conseguimos atingir essa faixa etária, trazendo a prevenção de incêndios florestais a curto, médio e longo prazo", comentou a capitã.
Operação Quati João - No último dia 23 de maio, o CBMPR já havia dado início aos debates sobre essa questão com a realização do 1º Workshop de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal. Naquela oportunidade, diversas entidades e órgãos puderam apresentar suas estratégias e armas para melhorar a prevenção às queimadas e também os planos em caso de necessidade de combate a esses incêndios ambientais.
Aquele encontro marcou ainda o início da Operação Quati João 2024, que visa justamente a prevenção e o combate aos incêndios ambientais e é realizada anualmente pelos bombeiros paranaenses. Neste ano, irá durar de junho a outubro. Com expectativa de presença ostensiva da La Niña - que ocorrerá entre junho e agosto ou julho e setembro, segundo o Simepar -, o estado deve ter tempo mais seco, o que potencializaria a chance de alastramento de focos de incêndio.
Esforço conjunto - O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, ressaltou a importância do esforço conjunto de diversas instituições nessa campanha. “Essa capacidade de união faz o Paraná ser diferenciado. Nós praticamos, talvez, a melhor agricultura do País graças a essa capacidade de unir forças. Nessa campanha são 16 instituições atuando juntas. Essa união é pela defesa do nosso patrimônio, de uma atividade econômica importante para o Estado. É pela defesa da vida”, disse.
O diretor-presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, destacou que a campanha de prevenção faz muito sentido, sobretudo com a proximidade do inverno. “Esse esforço que o Paraná faz é importante porque há uma previsão de que este ano o clima seja mais seco, aumentando o risco de ocorrência de incêndios florestais. Vivemos um período já conhecido como Antropocêntrico, em que a ação do homem determina mudanças no ambiente. Temos que aprender a gerenciar o impacto da ação humana para que as próximas gerações tenham uma vida melhor”, observou.
Neste ano o IDR-Paraná passa a contar também com um conjunto de dados fornecidos pela Nasa, em tempo real, que mostram o risco de incêndios no Estado. Estes dados devem contribuir para elaborar ações de prevenção mais eficientes e ficarão disponíveis no site do Instituto. O IDR-Paraná também é alimentado por previsões do Simepar.
Aílson Loper, diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), que organiza a campanha, lembrou que os prejuízos dos incêndios não se limitam às áreas florestais. “O fogo degrada o solo, diminui a produtividade, chega às cidades e causa diversas doenças respiratórias entre a população. Nosso objetivo é levar informação, cada vez mais longe, para proteger a população e a natureza”, afirmou.
Loper acrescentou ainda que há cerca de dois anos vem sendo feito um trabalho de prevenção mais intenso junto às áreas vizinhas dos reflorestamentos, estabelecendo parcerias e uma rede de informações sobre o risco de incêndios. "É preciso avisar os vizinhos para que um foco não se transforme em um sinistro maior, além de alertar sobre os prejuízos dos incêndios”, destacou.
Campanha – Além do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, a campanha é uma ação da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE); Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI); Defesa Civil; Embrapa Florestas; Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-PR); Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef); Ibama/Prevfogo; Instituto Água e Terra (IAT); Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR); Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV); Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná; Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Paraná; Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar); e Universidade Federal do Paraná (UFPR).