ÍNDICE DE ATENTADOS CONTRA A VIDA CRESCE NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA 15/08/2011 - 16:20

    Socorristas são a principal preocupação do Corpo de Bombeiros

     O 6º Grupamento de Bombeiros, através da Seção de Planejamento, fez o levantamento estatístico de atendimentos a ocorrências envolvendo ferimento por arma de fogo, ferimento por arma branca e agressão nos anos de 2009 a 2011 e constatou que os atendimentos para este tipo de ocorrência estão aumentando na região metropolitana de Curitiba.

     A média mensal de atendimento a ocorrências de atentado contra a vida no período de janeiro a junho foi de 31,5 atendimentos em 2009, de 42,8 atendimentos em 2010 e 38 atendimentos em 2011 . 
     Os socorristas do SIATE (Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma) estão diariamente expostos a cenas de crime, locais de pouca iluminação e pouco movimentados. Por mais que haja apoio das Guardas Municipais e da Polícia Militar, nem sempre é possível que a viatura destas instituições cheguem antes da ambulância no local, colocando muitas vezes a vida do socorrista em risco.

     Não são poucas as histórias contadas a respeito situações perigosas enfrentadas diariamente por estes militares que fazem plantão 24 horas para bem servir a sociedade socorrendo quem precisa de atendimento pré-hospitalar.

     Um exemplo foi relatado pelo Soldado Ednilson Ramos Seba que durante um plantão no Posto de Bombeiros do Afonso Pena saiu em atendimento a um ferimento por arma branca no bairro São Judas Tadeu, divisa do município de Curitiba com São José dos Pinhais, um bairro com fama de muito violento da região. O Soldado Seba, acompanhado do Soldado Cabral e do Soldado Trevisan deslocaram para o atendimento e chegaram em 5 minutos depois do acionamento, sendo os primeiros a chegarem no local e depararam-se com uma grande confusão na rua. Segundo relatos do Soldado Seba, antes mesmo dele conseguir estacionar a ambulância um irmão da vítima arrancou a força o Soldado Trevisan da ambulância mandando que ele atendesse imediatamente seu irmão e ameaçando toda a guarnição que caso o irmão morresse eles também não sairiam dali vivos.

fogo

 


     A rua de acesso ao bairro era a mesma de saída e em meio a confusão não havia a possibilidade de dizer que a vítima já estava em óbito. Os militares realizaram todo o atendimento e por diversas vezes foram intimidados pelo irmão da vítima que estava armado. A única alternativa foi avisar que eles estariam deslocando para o Hospital Cajuru e convenceram o irmão que este só poderia acompanhar a viatura com um veículo particular, pois não haveria espaço físico para mais um dentro da ambulância.Os socorristas tiveram que aproveitar o tempo que o irmão da vítima saiu para pegar o carro e sairam do local, deslocaram até o quartel onde aguardaram a chegada da Polícia Militar para acompanhá-los até o hospital.

     Como poderemos continuar ajudando se estamos nós em risco?

     Reuniões com o Comando da Polícia Militar e com as Guarda-Municipais estão sendo realizados para priorizar o apoio no atendimento deste tipo de ocorrência.