Em janeiro de 2010, em uma madrugada de chuva intensa, Gislaine Bastos Milani Brasil Petry estava pilotando sua moto na Avenida Rui Barbosa, em Maringá, quando colidiu com um caminhão parado. Segundo relatos da vítima, ela tinha ingerido bebida alcoólica e estava em alta velocidade, não se recordando o motivo pelo qual ocorreu a colisão com o outro veículo. 

O impacto foi de grande energia. O guidão da motocicleta virou e empalou-a no abdome, ou seja, ficou preso no corpo da jovem. Ao serem acionados, seis bombeiros militares do 5° Grupamento de Bombeiros foram encaminhados para o local, e deslocados um caminhão para resgate e uma ambulância. 

A guarnição formada pelos Sargentos José Luiz, Lopes, Inácio, Leite, Moreno e Garcia realizaram o atendimento da vítima juntamente com os profissionais do SAMU. As equipes desempenharam um trabalho que mudou a vida de Gislaine. 

O estado da jovem era grave. Diante da situação delicada, as equipes precisaram cortar parte do guidão preso ao corpo da vítima, livrando-as das ferragens, para então encaminhá-la ao Hospital. Foi necessário um trabalho assertivo para a retirada do objeto sem agravar o quadro de Gislaine. A ocorrência foi desafiante para os profissionais que exploraram técnicas de desencarceramento e precisaram de muita aptidão teórica para conseguir realizar o atendimento. 

Um trabalho rápido e preciso, foram cerca de quatro minutos para cortarem o guidão da motocicleta. Parte ainda estava presa ao corpo dela. Bombeiros e profissionais do SAMU colocaram a vítima na ambulância com extremo cuidado para não agravar os danos. Gislaine foi encaminhada, rapidamente, ao Hospital Santa Rita, o qual estava ciente da gravidade da situação e reservou uma sala de cirurgia para atendimento imediato. 

Gislaine precisou ter a perna direita amputada. Após meses de recuperação, ela conseguiu retomar suas funções motoras e, aos poucos, realizar atividades cotidianas. Para quem perdeu um de seus membros, fica a readaptação física e psicológica. Mas ela se recuperou. Formou-se em administração, ganhou uma medalha de vôlei paralímpico, casou-se e teve dois filhos. Hoje, ela retornou para conceder uma palestra aos alunos do curso de Socorristas, turma 2021. 

Gislaine Petry compareceu no Quartel Central do 5°GB, em Maringá, acompanhada de seus dois filhos e de seu esposo. Ela estendeu seus agradecimentos aos profissionais que salvaram suas vidas e declarou sua gratidão ao trabalho dos bombeiros militares. 

“Se não fosse vocês, eu não poderia ter me formado, eu não poderia ter ganhado uma medalha paralímpica, eu não poderia ter sido mãe da Ana Clara, eu não poderia ter sido mãe do João Gabriel, eu não poderia ter conquistado essa família que eu tenho”, declarou aos alunos.

O 3° Sargento Lopes fez parte da equipe de atendimento e esteve presente na palestra. Emocionado, o militar salienta que o atendimento foi difícil e que as equipes trabalharam juntas para prestar o melhor atendimento possível. Aos futuros socorristas, Lopes explicou a importância de um bom atendimento e incentivou os militares a desempenharem sua função com excelência.

“Tenham bom senso e não desistam nunca”, relatou o militar.

O curso de Socorristas é uma especialização na área de atendimento pré-hospitalar (APH). A finalidade é preparar os militares para as ocorrências sejam elas simples ou complexas, como o caso da Gislaine e, desta forma, capacitá-los para ofertar o melhor atendimento possível. 

Confira os registros desse momento através do link: https://photos.app.goo.gl/X9ezAVym6TeZpFGn6